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Denise Britto - Publicado em 17-10-2025 12:12
Estudo investiga violência contra as mulheres no ambiente digital
Pesquisa convida alunas de graduação e pós-graduação da UFSCar para participação (Foto: Pixabay)
Pesquisa convida alunas de graduação e pós-graduação da UFSCar para participação (Foto: Pixabay)
Uma pesquisa na área de Psicologia da UFSCar está investigando a violência contra as mulheres no ambiente digital. Para isso, está convidando mulheres universitárias da UFSCar, tanto da graduação quanto da pós-graduação, de qualquer curso, para responderem a um questionário online.

O estudo é conduzido pela psicóloga Marissa Beletti, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar, sob orientação do professor Eduardo Name Risk, do Departamento de Psicologia (DPsi) da Universidade.

"A violência no ambiente digital ocorre quando uma pessoa utiliza a Internet, redes sociais ou outras tecnologias para ferir, dominar, expor ou menosprezar outra pessoa. Trata-se de uma extensão da violência que já ocorre fora das telas, mas que assume novas manifestações com o uso das tecnologias", define a pesquisadora. "Para as mulheres, isso pode ser manifestar em casos de ameaças, perseguições, ofensas, compartilhamento de fotos íntimas sem consentimento ou até mesmo violações de privacidade. Essas ações geram medo e vergonha, além de impactar diretamente a saúde emocional e a segurança das vítimas".

Entre as principais formas de violência digital contra as mulheres, Beletti cita "ameaças e os discursos de ódio, que espalham misoginia e servem para intimidar; o stalking, quando alguém persegue e vigia a vítima constantemente; o cyberbullying, que envolve ofensas, humilhações e difamações públicas; e a pornografia de vingança, quando fotos ou vídeos íntimos são divulgados sem consentimento. Há também o sexting e a sextorsão, que envolvem o envio de conteúdo íntimo e, depois, o uso desse material para exposição ou chantagem. Além disso, os crimes cibernéticos, como invasão de contas, roubo de dados e violação de privacidade, também fazem parte desse cenário", elenca. 

A pesquisa tem como público-alvo mulheres universitárias porque, segunda a mestranda, as mulheres jovens, principalmente entre 18 e 29 anos, estão entre as mais expostas à violência digital. "Elas passam muito tempo conectadas, utilizando redes sociais e outras tecnologias, o que eleva a probabilidade de enfrentarem casos de assédio, exposição e outras formas de violência na Internet. Além disso, as alunas, por estarem mais habituadas ao ambiente digital e possuírem uma perspectiva mais crítica sobre suas próprias vivências, contribuem para uma compreensão mais aprofundada de como esse tipo de violência impacta a vida emocional e social das mulheres".

Participação
Na primeira etapa, as participantes irão responder a um formulário online, disponível em https://bit.ly/3W83EKT, que busca compreender os tipos de violência vivenciados no ambiente digital. O tempo estimado de resposta é de 20 minutos. Em um segundo momento, algumas participantes poderão ser convidadas para uma entrevista presencial, com base nas respostas do formulário.

Dúvidas podem ser esclarecidas com a pesquisadora Marissa Beletti pelo WhatsApp (16) 99186-7232 ou e-mail marissabeletti@estudante.ufscar.br. O estudo, intitulado "Aspectos psicossociais da violência contra mulheres adultas no ambiente virtual", tem apoio financeiro da Capes. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 88646725.0.0000.5504).