Em mais uma edição das Quartas Indomáveis - evento promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - a convidada Ana Carneiro, professora adjunta na Universidade Federal do Sul da Bahia, falará sobre "Mariscagem, antropologia, microfenomenologia: técnicas de cura e memória".
Diante de uma demanda da Associação das Marisqueiras e Pescadoras de Belmonte(AMPB), extremo sul da Bahia, uma antropóloga conversa com lideranças marisqueiras sobre a relação entre a produção de conhecimento antropológico e as "Oficinas de cura e memória" que ela propõe conduzir em função do interesse das associadas. A conversa gira em torno do tema geral das parcerias entre a AMPB e entidades da sociedade civil, dos governos ou das universidades. Como aliar-se às práticas da mariscagem? Que relação a antropologia pode construir com esse modo de conhecimento? Adicionando a abordagem da microfenomenologia ao já intrincado esforço de confluência entre antropologia e mariscagem, as oficinas trabalham a dimensão procedimental do corpo na produção de memória e conhecimento efetuada em cada uma dessas práticas. O deslocamento entre o campo e o gabinete nos atos de escrita etnográfica, assim como a mexida de cozinha das marisqueiras na criação de filhas/os e de aliadas/os, e também como a autoanálise microfenomenológica com intuito de produção terapêutica são experiências com o corpo que têm um caráter prospectivo: inscrevem, na matéria do presente, efeitos futuros atravessados por incertezas. Se tais efeitos são de natureza distinta em cada uma dessas práticas, a aliança entre elas se torna possível com base em suas prospecções criadoras.
O evento é aberto e gratuito.
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